22 março 2004

Primavera

Ontem começou a Primavera. Não sei se é a melhor das 4 estações do ano, mas é provavelmente aquela que mais admiradores tem.

Quando se fala em Primavera há logo uma série de coisas que lhe são associadas. São as andorinhas que regressam aos seus ninhos para procriarem que nem umas malucas, são os dias solarengos que nos fazem esquecer do frio do Inverno que ainda agora acabou, são as paixões e os romances que, nunca percebi bem porquê, são mais propícios de acontecer nesta estação do ano, são as crises alérgicas e a febre dos fenos, enfim, é uma imensidão de coisas.

Pessoalmente gosto da Primavera. Descontando a parte desagradável das alergias, todo o demais simbolismo que esta estação representa faz parte do meu imaginário de menino. Quem de nós, nos tempo de escola primária, não teve que redigir uma ou mais composições acerca da Primavera? E quem não teve que fazer desenhos alusivos ao mesmo tema?

Naquela altura era-me bem mais fácil escrever qualquer coisa acerca da Primavera do que é agora, porque basicamente bastava falar nos dias de sol e nas andorinhas que o assunto ficava resolvido. Naqueles tempos, o flagelo das alergias ou as questões do Cupido passavam-me ao lado. Eu gostava mesmo era de jogar à bola nos intervalos!

Agora os tempos são outros, a febre dos fenos já é uma velha conhecida, mas não deixa de ser verdade que, pelo menos para mim, a Primavera tem um significado diferente. Não digo especial, porque todas as estações são especiais, todas elas têm um qualquer significado que me faz gostar delas: o Verão equivale a férias, o Outono significa o final dos dias de calor insuportável e o Inverno é sinónimo de ficar enroscado no sofá, embrulhado num cobertor, a ver um filmezito em DVD.

A Primavera tem um efeito rejuvenescedor nas pessoas. E não estou apenas a pensar no facto de, dias mais solarengos, poderem equivaler a ver as mulheres portuguesas vestidas com roupinhas mais leves e arejadas. Não é que isso não seja algo a que não dê importância.

Primavera é azul, alegre, leve. Acho que as mulheres ficam mais bonitas na Primavera. Não é que não o sejam no resto do ano, mas a beleza delas é realçada com a mudança de estação. É lógico que no Inverno, estação da chuva, do vento e do frio, eu estou mais preocupado em não apanhar uma molha e em desviar-me das poças de água do que em olhar para as mulheres. Por isso é que elas ficam mais bonitas na Primavera.

Mas nem tudo são rosas na Primavera. Também há as margaridas, as orquídeas e outras espécies florais. Piadinhas manhosas à parte, a realidade é que há cartões de visita primaveris que não são muito agradáveis.

Estou a falar das andorinhas. Calma. Não se comece já a pensar que sou dos que não gosto dos passarinhos e que só me apetece largar chumbo neles. Nada disso. O contraste entre o preto e o branco da sua penugem, faz delas umas aves bonitas.

São é más inquilinas. Não por opção, uma vez que já estavam incluídos na casa quando a comprei, tenho ninhos de andorinha numa das varandas. Porreiro. Confesso que acho agradável acordar de manhã com o barulho das andorinhas, a não ser que me tenha deitado às tantas da matina e me apeteça dormir até mais tarde. O que não é nada, mas mesmo nada agradável, é ter de limpar a javardeira que elas deixam na varanda. Eles podem dar as festas que quiserem, convidar os familiares e amigos e ficarem a beber copos até caírem para o lado que eu não os vou criticar por isso. Dava era jeito que eles limpassem a porcaria que fazem. Isto de ser sempre o mesmo a limpar não me parece muito justo!

Enfim. Pode ser que no próximo Inverno eu lhes dê ordem de despejo. Até lá, com paixões ou sem elas, com alergias ou não, com dias de sol e andorinhas, o que importa é que a Primavera chegou.

e dei-a





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