30 junho 2004

21 razões

Aproveitando a euforia à volta da nossa selecção, a qual começou quando dissemos “Adios España”, e a poucas horas do jogo com a Holanda, para ajudar a manter o espírito de orgulho nacional que nos cobre a todos, quero partilhar com vocês a mais recente pérola que recebi no meu mail. É de rir e chorar por mais... ou não.

21 Razões para odiar os espanhóis

1. A mania que eles têm de invadir-nos de 200 em 200 anos só para levarem nos cornos. Será masoquismo?

2. Tratado de Tordesilhas, em que eles ficaram com o ouro e a prata toda e nós com as mulatas e a caipirinha. Pensando bem, o negócio até nem foi tão mal para nós porque, entretanto, o ouro e a prata acabaram-se.

3. As sevilhanas. Que raio de gente com auto-estima se veste com vestidos às bolinhas tipo joaninha e saltita enquanto um parolo de cabelo oleoso geme como quem está com uma crise de hemorróidas?

4. Castilla La Mancha, Estremadura e Andaluzia. Todos eles desertos áridos e monótonos, mas sem camelos nem tipos de turbante para tirar fotos com os turistas.

5. O antigo costume espanhol de reclamarem para si terras às quais não têm direito, como Gibraltar, Ceuta, Olivença (que é nossa!) e as Canárias).

6. Enrique Iglesias, y su magnifica verruga en la tromba.

7. A língua castelhana, esse prodígio da linguagem, em que seres humanos são capazes de emitir ruídos imitando perfeitamente o som de um cão a roer um osso.

8. Filipe I.

9. Filipe II.

10. Filipe III.

11. Os Seat, os piores automóveis que existem a oeste da Varsóvia. Boca chauvinista, a treinar diante do espelho: "Yo esborracho tu Seat Marbella com mi pujante UMM!".

12. A Guardía Civil, e a sua mania de arrear porrada em políticos portugueses na fronteira. Mesmo que eles estivessem a pedi-las, nos nosso políticos somos nós quem "molha a sopa".

13. Badajoz, a segunda cidade mais feia do mundo, a seguir a Ayamonte.

14. Os nomes que ostentam. Quer queiram, quer não, Pilar é nome de uma peça de betão e Mercedes é tudo menos nome de mulher!

15. A mania que têm de se afirmarem como uma nação unida quando três quintos da população tem um ódio de morte a Espanha.

16. El Corte Ingles. Até eles tiveram vergonha da sua criação, pelo que não lhe chamaram "El Corte Español", optando por atirar as culpas a outro povo, totalmente inocente.

17. Café espanhol. Uma zurrapa intragável e, além disso, para se conseguir uma bica em Espanha, o cliente tem que especificar expressamente que a quer "sin leche". E, à cautela, convirá também pedir sem Sonasol, sem gelo, sem pêlos do peito do empregado.

18. A riquíssima culinária espanhola: paella de carne, paella de peixe, paella de gambas. Claro que galegos, bascos e catalães têm uma culinária riquíssima, mas esses não são espanhóis (ver ponto 15).

19. O hábito cínico de nos tratarem por "nuestros hermanos". Aí o português deve, com ênfase, esclarecer: "Xô, bastardo! Vai prá p*** que te pariu".

20. A televisão espanhola: 100% parola, e onde é considerado top de audiências um concurso em que a concorrente, chamada Mercedes (vrumm! vrumm!), tem que dançar sevilhanas (arrghh!) com o Enrique Iglesias (vómitos!) para ganhar um Seat (keep it!) ou um T2 em Ayamonte (nãaaaaaaaao!).

21. Já imaginando a contra-argumentação que alguns tentarão contra esta minha lista, devo lembrar que os filmes do Canal 18 NÃO são feitos em Espanha, nem por espanhóis. Vejam o genérico. São americanos e dobrados em espanhol porque os espanhóis ficariam logo murchos se ouvissem as senhoras a gemer noutra língua que não a sua. Aliás, os espanhóis nunca foram muito dotados: sabiam que a DUREX comercializa em Portugal preservativos com uma média de 1 cm mais compridos do que aqueles que comercializa em Espanha?!?

Agora, agradeçamos todos: "Obrigado D. Afonso Henriques, por nos teres separado dessa raça, para que hoje possamos dizer, com orgulho, eu sou português!

e dei-a

25 junho 2004

orgulho português

Gritei, vibrei, sofri. vivi intensamente todos os instantes do jogo. Fiquei completamente rouco e sem unhas. Emocionei-me e chorei quando, finalmente, o jogo acabou. A nossa selecção foi enorme. Neste momento, o céu é o limite. Orgulho-me de ser Português.

"A Portuguesa"

Heróis do mar, nobre povo,
Nação valente, imortal,
Levantai hoje de novo
O esplendor de Portugal!
Entre as brumas da memória,
Ó Pátria sente-se a voz
Dos teus egrégios avós,
Que há-de guiar-te à vitoria!

Às armas, às armas!
Sobre a terra, sobre o mar,
Às armas, às armas!
Pela Pátria lutar
Contra os canhões marchar, marchar!

Desfralda a invicta Bandeira,
À luz viva do teu céu!
Brade a Europa à terra inteira:
Portugal não pereceu
Beija o solo teu juncundo
O Oceano, a rugir d'amor,
E teu braço vencedor
Deu mundos novos ao Mundo!

Às armas, às armas!
Sobre a terra, sobre o mar,
Às armas, às armas!
Pela Pátria lutar
Contra os canhões marchar, marchar!

Saudai o Sol que desponta
Sobre um ridente porvir;
Seja eco de uma afronta
O sinal do ressurgir.
Raios dessa aurora forte
São como beijos de mãe,
Que nos guardam, nos sustêm,
Contra as injúrias da sorte.

Às armas, às armas!
Sobre a terra, sobre o mar,
Às armas, às armas!
Pela Pátria lutar
Contra os canhões marchar, marchar!

Já “comemos” as tapas e os bifes. Agora venham as tulipas ou a (Absolut) vodka.

e dei-a

23 junho 2004

greves

“Metro e Carris mantêm greve para dia 30. Sindicato e ministros reúnem-se mas sem resultados. Vão parar no dia da meia final do Euro2004, a disputar no Estádio Alvalade XXI.

Depois de uma reunião com os ministros dos Transportes, Carmona Rodrigues, e Adjunto do primeiro-ministro, José Luís Arnaut, Diamantino Lopes, da FESTRU e José Silva Marques, do STTM, explicaram aos jornalistas, à saída da reunião, que os ministros apelaram à «sua portugalidade», sugerindo o adiamento da greve para outro dia.

À saída do encontro, Diamantino Lopes considerou que «não houve vontade» dos ministros em resolverem o problema. José Silva Marques disse aos jornalistas que estão dispostos a continuar a negociar, mas que «a resposta está do lado da tutela». «Há a tentativa de adiar o problema e não de o resolver», adiantou, pelo que o STTM mantém o pré-aviso de greve.”

Ao ler esta notícia publicada no site Portugal Diário, cujo resumo me atrevi a transcrever, o primeiro (e único) comentário que me ocorre é: mas esta malta não se farta?!

Nada tenho contra as reivindicações dos trabalhadores, desde que estas sejam legítimas. Nada tenho contra a greve enquanto forma de luta por esses direitos, mas o que é demais é exagero.

Eu bem sei que uma das conquistas de Abril foi o direito à greve, só que a regularidade com que, em certas empresas, este direito é utilizado pelos seus trabalhadores, quase que faz pensar que, de repente, a greve deixou de ser um direito e passou a ser uma obrigação contratual.

Sejamos pragmáticos. Quantos dias de greve já levam os trabalhadores do Metro e da Carris, principalmente estes últimos, desde o início do ano? São muitos. Já lhes perdi a conta, mas sei que são muitos, demasiados mesmo.

Levando em conta que, sempre que acontece mais um dia de greve, a maior parte dos grevistas fica em casa em vez de permanecer no seu local de trabalho, embora não desempenhando as suas habituais tarefas, cá para mim isto não são greves. São é acréscimos aos dias de férias!

Também já não tenho pachorra, nem respeito, pelas contínuas greves levadas a cabo pelos médicos nos hospitais públicos, a reivindicar aumentos, a queixarem-se que trabalham muitas horas, não recebem as horas extraordinárias, as progressões de carreira são lentas, entre outras preciosidades. Porque será que esses mesmos médicos nunca fazem greves no sector privado?

Voltando à notícia de abertura, há uma afirmação que é uma autêntica pérola: o apelo dos ministros à “portugalidade” dos grevistas, seja lá o que isso for, sugerindo o adiamento da greve para um outro dia que não colida com jogos do Euro2004.

Senhores ministros, poupem-me a essa acéfala e ridícula argumentação dos interesses nacionais que giram à volta do Euro. Parem lá um segundo e pensem que o fulcral da questão não é a greve estar marcada para dia de jogos, mas sim que esta já é a enésima greve deste ano.

Quem sai prejudicado não são os senhores, que andam em potentes bólides topo de gama, pagos com o dinheiro dos contribuintes, dando-se ainda ao luxo de, repetida e sistematicamente, infringirem as mais elementares regras do Código da estrada. Também não são os adeptos que querem ir ao jogo os principais prejudicados, pois em último caso podem sempre optar pelo recurso aos táxis.
(Nota de rodapé #1: Será que a verdadeira força por trás desta greve é o lobby taxista?)

Os únicos e reais prejudicados por mais esta(s) greve(s) são os comuns cidadãos que todos os dias utilizam os transportes públicos para se deslocarem para o seu local de trabalho. Quem é que assume as possíveis perdas de remuneração e/ou retaliações do patrão, ao empregado que chegou atrasado ao seu local de trabalho porque havia greve? ou querem fazer-me acreditar que os transportes alternativos funcionam?

Será que, em algum momento, os senhores da FESTRU e do STTN pensam nisto? Duvido muito. Porque haveriam eles de se preocupar com essas ninharias? O que importa é a luta dos escravizados e martirizados trabalhadores do Metro e da Carris contra o autoritarismo do patronato.
(Nota de rodapé #2: quem é que paga os ordenados aos delegados sindicais, os quais recebem por nada produzir?)

Precavendo-me de potenciais críticas à minha postura crítica em relação aos sindicatos, esclareço desde já que eu, espantem-se, estou inscrito num sindicato. Mas calma lá. Não sou sindicalista nem alinho em discursos sindicais. Os meus interesses foram outros.

Quando acabei o meu bacharelato, e uma vez que nessa altura ainda não existia a ANET (Associação Nacional dos Engenheiros Técnicos), inscrevi-me no SNET/SETS, de modo a poder constar na sua base de dados para saídas profissionais, para além de ter acesso a aconselhamento jurídico e descontos em livros da especialidade.

Agora que penso nisso, acho que vou contactar o “meu” sindicato e solicitar-lhes que façam um pré-aviso de greve aos meus patrões. Já estou a imaginar algumas das minhas reivindicações:

1- Aumento salarial de, pelo menos, 500% sobre o ordenado base, livre de impostos, de modo a poder compensar a notória perda de poder de compra deste ano para o anterior, motivada pela aquisição do meu imóvel habitacional.

2- Melhoria no espaço físico do local de trabalho, dotando o contentor de obra de, entre outras coisas, cadeiras de design exclusivo, computadores topo de gama com ligação de banda larga sem limite de consumos, um aparelho de ar condicionado cujo termostato permita mais do que as temperaturas “frio da Sibéria” e “calor do Saara”, máquina de café que tire uns capuccinos como deve ser e casa de banho dotada de banheira de hidromassagem.

3- Equipamentos de protecção individual mais evoluídos, como por exemplo um capacete dotado de sistema integrado de climatização e que não dê cabo dos penteados ou calçado de protecção leve e adequado aos dias de calor que se aí vêm, tipo chinelos de praia.

4- Criação de condições para que os martelos pneumáticos não produzam níveis de ruído superiores aos do meu canário quando está a piar e níveis de vibração superiores ao do meu telemóvel quando recebo uma chamada.

Se é para se pedir, pede-se tudo!

e dei-a

18 junho 2004

ideias soltas

Depois de um fim de semana prolongado no qual ocorreram alguns eventos de alguma relevância, tais como o festival Super Bock Super Rock, o início do Euro 2004 e as eleições para o Parlamento Europeu, a minha (boa) intenção seria ir dissecando estes assuntos ao longo da presente semana.

Quis o destino que tal não fosse possível. De qualquer modo, e não querendo eu que se comece a sentir uma certa atmosfera de abandono das lides bloguísticas, vou fechar esta semana deveras complicada com uma série de pequenas ideias avulsas.

Festival Super Bock Super Rock. Não quero nem me vou armar em crítico musical, senão ainda tenho os gajos do Blitz à perna. Estive lá no primeiro e no último dia do festival e o balanço que faço, em termos musicais, é extremamente positivo. À parte o calor, as intermináveis filas para as barracas de comes e bebes e as fortes dores nos pés que senti no pós-festival, tive a oportunidade de assistir a alguns bons concertos dos quais destaco Muse, KoRn, Pixies, Clã e Massive Attack. Venha de lá a próxima edição.

Euro 2004. Tinha que ser. Portugal inteiro parado para ver o jogo de estreia da nossa selecção e eis que, na linha do que tinha sucedido no último Mundial, os nossos rapazes pregam-nos mais uma daquelas desagradáveis partidas de Carnaval fora de época. Acordem pá. Preocupem-se menos com os prémios de jogo e comecem mas é a jogar à bola! Sim, é verdade que depois lá ganhamos à Rússia mas isso não foi o suficiente para eu estar mais confiante em relação ao nosso apuramento. Pode ser que me engane.

O despertar da mente. Este é o título de um filme que fui ver no sábado à noite, protagonizado pelo Jim Carrey e pela Kate Winslet, cuja história circula à volta da possibilidade de apagar-mos da nossa mente, recordações acerca de uma determinada pessoa. Se dissesse que há pessoas que preferia nunca ter conhecido ou que há experiências que gostava de não vivido, estaria a mentir. Mas será isso suficiente para querer apagar partes da minha mente? De modo algum. Os maus momentos são fundamentais para o desenvolver da nossa personalidade, do nosso carácter. Ajudam-nos a crescer. De qualquer modo, o filme é interessante.

Eleições Europeias. Apenas um comentário: a abstenção continua a dominar.

Woodstock. É amarelo, pequeno, voa e é amigo inseparável do Snoopy. Não me digam que estavam a pensar no mítico festival de música? Nada disso. Lembrei-me apenas de falar neste personagem pois foi com este nome que baptizei o meu novo hóspede. A minha casa agora também é ocupada por um canário. E o bicho já pia. Agora há que evoluir para o canto, caso contrário movo-lhe uma acção de despejo.

Ideiamobile XXI. Fez a sua primeira viagem de longa duração, o que me possibilitou aferir das médias de consumo. Atendendo à quantidade de cavalos que aquele motor tem, acima dos 100, não posso dizer que a coisa tenha corrido mal. Consigo uns consumos não muito superiores ao meu velhinho Corsa, o que, atendendo ao preço a que a gasolina está, me deixou consideravelmente satisfeito.

Facilmente se percebe que este se trata, indiscutivelmente, de um dos textos mais desinspirados e amorfos que aqui publiquei. Não me levem a mal. Estou demasiado triste e com pouca cabeça para grandes momentos de criatividade. Uma má fase que em breve espero ter superado. A vida continua.

Avó, descanse em paz.

e dei-a

09 junho 2004

SBSR

Ainda na ressaca daquele que foi, dizem os especialistas, o maior festival alguma vez realizado no nosso país, já temos à porta mais um festival de verão, desta feita o Super Bock Super Rock (SBSR).

Ora bem. Apetece-me dissertar sobre o Rock In Rio Lisboa. Rock? Pode ser só por causa dos meus gostos musicais, mas ao olhar para o cartaz do festival fico com a sensação que mais valia terem-lhe chamado Pop In Rio. Ou então, atendendo às expectativas criadas pela organização relativamente ao número de espectadores (600.000), podemos até chamar-lhe Flop In Rio!

Falo do festival sem ter visto um único concerto, quer ao vivo quer pela televisão, sem ter lido qualquer crítica ou artigo acerca do mesmo e sem ter falado com pessoas que conheço que foram lá. Assim posso dissertar sem estar, eventualmente, influenciado ou envenenado pelas opiniões de terceiros. Assim como assim, não tenho muita coisa a dizer do Flop In Rio.

A primeira reacção que tive ao Rock In Rio Lisboa foi de total e completa desilusão. Do historial de anteriores festivais em terras de Vera Cruz, esperava um cartaz muito mais aliciante, falando numa lógica rockeira.

Não ponho em causa a grandeza de nomes como Paul Mcartney, Peter Gabriel ou Sting, mas a realidade é que não se tratam de artistas rock. Muito menos rock são as Sugar Babes, o Alejandro Sanz ou a Ivete Sangalo!

Se é verdade que em 2006 (ou 2007, agora não tenho bem a certeza) o festival vai regressar, é bom que pensem num cartaz que encaixe melhor no nome com que baptizaram o festival, apostando no tipo de sonoridades que o celebrizaram.

Dos vários dias do cartaz, apenas um despertou a minha vontade de me deslocar até ao Parque da Bela Vista. Confesso que gostava de ver os Metallica e rever os Incubus, só que, quando soube o preço dos bilhetes, toda e qualquer vontade que tivesse depressa se extinguiu.

Para o nível de vida da grande maioria dos portugueses, acho abusivo o preço dos bilhetes. Se somarmos aos 53€ do bilhete o dinheiro que se acaba por gastar, quase que inevitavelmente, em comida e bebida, uma diária no festival ficava por uma quantia demasiado elevada para a minha bolsa.

Ainda tentei ganhar um bilhete num dos vários passatempos que decorreram, mas a sorte não quis nada comigo. Pelo menos para o Rock In Rio, porque em relação ao SBSR a minha sorte virou.

Fui confrontado com a agradável notícia de ter sido um dos vencedores do passatempo IOL para o SBSR, tendo ganho um passe para os 3 dias do festival. Calha mesmo bem porque, caso tal não tivesse sucedido, mais uma vez o meu “Síndroma de Insuficiência de Dinheiro nas Algibeiras” tinha-me impedido de ir ver, ou rever, algumas bandas e artistas com os quais simpatizo bastante.

Vai ser bom rever os Linkin Park e os KoRn, bandas que tive oportunidade de ver ao vivo no Pavilhão Atlântico e em Paredes de Coura, respectivamente, tendo sido dois dos mais memoráveis concertos que alguma vez assisti.

Também vai ser bom ver pela primeira vez Muse, Lenny Kravitz, Pixies e Massive Attack, sons dos quais sou um confesso apreciador. Cheguei a ter bilhete comprado para ir ver os Massive Attack quando eles actuaram no Coliseu de Lisboa em Maio do ano passado, só que nesse dia disputava-se a final da taça UEFA e optei por ficar em casa a sofrer pelo meu FCP.

Enfim, às portas de um fim de semana prolongado, fruto de ter marcado um dia de férias para 6.ª feira, acho que vai ser agradável poder aliviar o stress e alimentar a alma assistindo a uns concertos. Sendo de borla, ainda me vai saber melhor.

Se algum(a) de vocês lá for, procurem-me. ;)

e dei-a

03 junho 2004

eleições europeias

Estamos em plena campanha eleitoral. No próximo dia 13, por sinal dia de Santo António, mais um dos feriados que, este ano, não me dá direito a nada, Portugal vai a votos para eleger os seus representantes no Parlamento Europeu.

Na minha modesta opinião, que vale aquilo que vale, esta campanha está a ser, e agora vou utilizar um adjectivo ligeiro, uma nulidade. Já estava mesmo à espera disto, por isso não vou dizer que esteja surpreendido.

É degradante a imagem que os cabeças de lista dos vários partidos transmitem ao comum cidadão. Todos eles sem excepção, estão mais preocupados em envolver-se em trocas de galhardetes com os adversários do que em transmitir o conteúdo do seu programa eleitoral. Será que eles têm um?

Desde que sou recenseado que exerço o meu direito de voto. Mais do que um direito, entendo que o ir votar é um dever de qualquer cidadão. Mas também desde essa altura que detesto os períodos de pré-campanha e de campanha eleitoral. Não apenas pelos discursos ocos e desinteressantes dos candidatos, mas também pelos vários atentados que as campanhas representam.

Ver as paisagens de norte a sul do país conspurcadas pelos incontáveis painéis publicitários, vulgo outdoors, é uma atentado paisagístico. Ter a minha caixa de correio entupida por panfletos partidários é um atentado à minha privacidade e é uma ocupação ilegal de algo que me pertence. Ver as ruas cobertas por toda uma parafernália de papéis, papelinhos, autocolantes e afins, ou invadidas por caravanas automóveis a fazerem um chinfrim insuportável é um atentado à saúde pública.

Enquanto contribuinte cumpridor de todas as minhas obrigações fiscais, algo que, desconfio, a grande maioria dos políticos não o pode afirmar sem estar a mentir, custa-me, para não dizer que me revolta, ver o desperdício de dinheiro que as campanhas representam.

Ah pois. Convém não nos esquecer-mos que parte do financiamento aos partidos provém dos cofres do estado, do dinheiro dos contribuintes. E olhem que não são assim tão poucos partidos quanto isso. Nestas eleições vão constar 13 listas a concorrer. Tendo em conta que existem duas coligações, com dois partidos cada, estamos a falar de 15 partidos. Parecem-me parasitas a mais.

Desculpem-me a franqueza, mas qual é a utilidade que têm partidos como o PND, o PPM, o PNR, o PDA, o MPT, o PCTP/MRPP, o PH, o MD ou o POUS? Muito pouca ou quase nenhuma. Não é que os grandes partidos sejam grande coisa, mas enfim.

Afinal, qual é a mensagem que cada partido tenta transmitir durante a campanha, de modo a tentar cativar o eleitorado e levando-o a votar na sua causa? Pela amostra destes primeiros dias, a resposta é NENHUMA.

Se me concentrar apenas nos partidos ou coligações que melhor colocados aparecem nas sondagens, o panorama é desolador. Não me estou a referir às pessoas em si, mas sim à campanha que têm feito.

Pela coligação “Força Portugal” (que nome tão infeliz) ouvi uma sua candidata, cujo nome agora não me recordo, proferir infelizes e vergonhosos comentários ao aspecto físico, ou deficiência física se preferirem, do cabeça de lista do PS. Haja dignidade, se faz favor.

Pelo PS temos a constante referência do seu cabeça de lista ao facto de o PP ser racista e xenófobo, representando a podridão da extrema direita. Notável capacidade de divulgação do programa eleitoral socialista.

Da CDU mais não esperava do que aquilo que tem sido a sua campanha. Mesmo assim não consigo deixar de achar lamentável as tristes figuras a que a Odete Santos se presta. Aquele ar de maluquinha e aquele discurso totó sempre que andam pelas feiras já enjoa.

Falta o BE. Ora bem, quando se poderia pensar que o BE, uma vez que se assumem como um partido diferente, se iria preocupar com a divulgação das suas intenções europeias, rapidamente se conclui que mais valia não ter pensado nisso. Afinal, o seu discurso é o mesmo de sempre. Contra o aborto, contra a penalização do consumo de drogas leves. Virem lá o disco.

Resumidamente. Na minha opinião, tendo o maior respeito pelas opções político-partidárias de cada um, a política em Portugal continua a ser uma enorme palhaçada resumindo-se, apenas e só à luta dos jobs pelos boys. Venha de lá o meu tacho e que se lixe o resto.

Dia 13 eu vou votar, mas é bom que não se admirem de ver a abstenção a ganhar.

e dei-a

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