13 abril 2004

new look

Treze de Abril de dois mil e quatro. Marquem esta data nas vossas agendas, organizer’s, PDA’s ou seja o que for que utilizem. Caso não utilizem nada disto, limitem-se a memorizar esta data histórica.

O blog(ue) mudou. Não mudou muito. Apenas um abrir e fechar de parêntesis com duas simples letrinhas lá dentro.

Tudo isto para satisfazer os críticos literários nacionais que resolveram dissertar que “blog” é uma palavra que não existe na nossa amada língua portuguesa. Pessoalmente, prefiro uma boa língua de vaca estufada com batatas.

Pelos vistos, já anda por aí quem queira destruir mais um dos (inúmeros) estrangeirismos utilizados no nosso dia a dia. Assim sendo, e sendo eu um acérrimo defensor da boa utilização da língua portuguesa, introduzi esta pequena alteração ao BdI. Pequena em tamanho, mas enorme em conteúdo... ou então não.

Mas afinal, pergunto eu na minha imensa ingenuidade, não estiveram sempre presentes os estrangeirismos na nossa língua? Aliás, cada vez mais eles são utilizados. Quer se queira quer não, há termos que se forem convertidos para o português, pura e simplesmente não resultam.

Escrever-se “stresse” em vez de “stress” é algo que não altera a habitual fonética dessa palavra. “Blogue” em vez de “blog” também não altera a fonética, mas trás outros inconvenientes.

Imaginem que estou no café, em amena cavaqueira com um grupo de amigos, quando resolvo dizer divulgar que tenho um blog(ue). Divulgo o endereço e, uma vez que dizer “blog” ou “blogue” soa exactamente igual, ou eu explico como é que se escreve ou então quem no seu browser escrever o endereço habilita-se a não encontrar a página em questão. E acham que dizer-se “blogueosfera” soa bem?

Browser. A Internet é fértil em estrangeirismos. Todos concordamos que “Internet” soa bem melhor do que “rede interna” ou “rede global”, já para não falar noutros exemplo tais como “browser” (utilitário de navegação na rede global), “e-mail” (endereço de correio electrónico), “download” (descarga de ficheiro), “chat” (grupo de conversação) ou até mesmo “online” (estar em linha).

Outros exemplos de áreas de actividade em que o uso de estrangeirismos faz parte da ordem do dia é na linguagem empresarial e económica. Quem nunca ouviu ou leu coisas como “franchising”, “outsourcing”, “downsizing”, “benchmarking”, “outlet shopping” entre outros. Arranjem lá o equivalente na língua de Camões para ver se gostam!

O que vamos nós passar a chamar a um dos passatempos mais comuns dos espectadores de TV, perdão, de televisão, o “zapping”? Passagem sequencial, ascendente ou descendente, dum conjunto de canais memorizados? Chiça!

Melhor ainda. Imaginem um anúncio a um qualquer último modelo de uma qualquer marca automóvel. Motor de tantos cavalos de potência, vidros eléctricos, fecho centralizado, direcção assistida, sacos de ar frontais e laterais.

Sacos de ar? Desculpe lá, mas eu recuso-me a comprar um carro que venha com isso. O quê? Ah, está-me a falar dos airbags. Já podia ter dito.

Deve ter a mania que é da família da Edite Estrela!

e dei-a





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